9 de fev. de 2014

Aposta na qualidade de vida

Ambientes descontraídos estão entre as apostas. Mas é preciso acertar na medida

Na Ivia, os funcionários têm espaço para jogar vídeo game
nas pausas do expediente. Uma vez por mês, tem café da
manhã com a equipe e a bermuda é permitida
O mercado corporativo põe em prática formatos diferentes de ambientes de trabalho. Horários flexíveis, design contemporâneo, jogos e outros itens, agregam diferenciais as empresas inteligentes, que vêm em números, o aumento da produtividade e desempenho de seus colaboradores. O novo estilo de trabalhar tem mostrado que investir na felicidade do funcionário é garantia de bons resultados.

A Endesa Brasil - Coelce adotou em 2007 um novo modelo para integrar instituição e equipe. “Idealizamos o espaço Bem Viver, que conta com academia e salão de beleza com custos bem abaixo do mercado, e outras atividades totalmente gratuitas, como o acompanhamento por uma nutricionista, por exemplo”, afirma Rafaela Mota, responsável pelo Núcleo de Qualidade de Vida e Bem Estar. Segundo Rafaela, no primeiro momento, a novidade trouxe insegurança aos gestores. Mas eles viram as vantagens do sistema. “O colaborador mostrou que sabe usar e administrar os benefícios de forma saudável”.

Para Rafaela, a adesão por parte de funcionários e colaboradores foi se mostrando gradativamente positiva, tendo em vista a redução dos índices de absenteísmo da empresa. “Quando o programa foi implantado, esse índice variava em torno de 30%. Hoje é quase zero”, destaca. Rafaela ressalta que o atual modelo de qualidade de vida interferiu no gostar de estar na empresa. “Nossa pesquisa de satisfação interna aponta um crescimento de 20% nos últimos seis anos desde que foi implantado”.

De acordo com a professora doutora e especialista em gestão de carreiras pela Universidade Mackenzie, Margareth Bianchini, esses novos modelos de gestão estão no país há cerca de sete anos. As mudanças são positivas mas é preciso dosar. “Podemos flexibilizar as condutas, mas não podemos mudá-las. É preciso identificar o limite e ter bom senso pra captar a cultura de cada empresa”, orienta.

“É difícil encontrar o perfil desejado a curto prazo num processo seletivo. A rotatividade de colaboradores é crescente”, afirma Margareth. Segundo ela, essa postura corporativa também é uma forma de fidelizar o funcionário. “Essas ações também serve para reter talentos”.

A IVIA, que presta serviços de tecnologia da informação, mexeu na rotina da empresa em 2010. “Nós criamos o ‘bermuda day’, quando a equipe pode vir de sandália e bermuda. É uma vez por mês. Nesse dia fazemos um café da manhã para todos e celebramos os aniversariantes”, afirma Edgy Paiva, diretor de negócios da companhia.

A empresa também libera o uso da TV e videogame nas dependências do escritório, onde organiza campeonatos de jogos de futebol entre a equipe e outros eventos fora da empresa. “É saudável para uma pausa no expediente. Entendemos que o funcionário feliz produz mais e isso é positivo. Essa aproximação faz com que a equipe se mantenha a mesma”, explica Paiva. “Nosso colaborador não sai para ganhar mais que 15%. Ele busca qualidade de vida”.

Ana Cristina Limongi, professora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Gestão da Qualidade de Vida no Trabalho da Universidade de São Paulo, diz que a liberdade da forma de vestir deve atender critérios. “A roupa deve ser confortável mais não demasiadamente informal. A vestimenta deve refletir elegância e cuidado com a apresentação pessoal notrabalho”.

Fonte: Jornal O POVO

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