12 de mar. de 2014

Desenvolvedores da IVIA testam o Google Glass

O Google Glass ainda nem está disponível para compra e já provoca questionamentos sobre privacidade e suas aplicações no cotidiano. Eu mesmo tenho um certo ceticismo com o gadget. Os óculos permitem interação com diversos conteúdos em realidade aumentada.

Nesse cenário de incerteza, o Google Glass já está ao alcance de alguns poucos desenvolvedores pelo mundo. Um deles é Micael Estrázulas, que trabalha na IVIA, empresa de inovação e tecnologia com sede em Fortaleza.

Quando descobri que eles estavam realizando testes, pensei que era hora de encarar o “acessório” e saber do que ele realmente é capaz. Micael foi o guia nessa experiê e explicou as principais funções e os desafios para se acostumar com os óculos, objeto de desejo de milhares de fãs de tecnologia.

Segundo ele, a primeira sensação que os óculos causa é o estranhamento. Além disso, os poucos recursos disponíveis aqui no Brasil e os comandos em inglês fazem com que o usuário nem sempre tenha os seus comandos atendidos.

Micael destaca que a sua a maior sua preocupação está relacionada às questões de privacidade. A possibilidade de divulgar informações de forma instantânea é assombrosa. “É conceitual demais. Pensar que você pode ver um crime, por exemplo, filmar e, em tempo real, transmitir isso, dá medo. Isso sem falar na questão da concentração. Já pensou em como será dirigir com ele?”, questiona o desenvolvedor. Outro receio é o excesso de informação produzida atualmente. “Vivemos em um época em que todos compartilham tudo, há muita informação ruim por aí”, explica Micael. Convenhamos, ele tem razão.

Google Glass no Ceará
Óculos do Google já provoca inúmeros questionamentos sobre privacidade 

Também chamado de Project Glass, o eletrônico tira fotos a partir de comandos de voz, envia mensagens instantâneas e realiza videoconferências. Atualmente o Google Glass encontra-se em fase de testes e já tem registradas patentes anti-furto e de desbloqueio de tela. Seu lançamento está previsto para este ano e seu preço deve ser de US$1,5 mil.

Mas, ter um óculos do Google Glass nas mãos pode significar também alguma frustração. Durante os testes, o equipamento funcionou com instabilidade em alguns comandos. Tudo precisa ser dito em inglês, o que pode dificultar o uso para quem não é fluente. Além disso, é estranho ter que levantar a cabeça o tempo inteiro para alternar os comandos e a falta de mais aplicativos para avaliação faz com que os óculos sirvam apenas para fotografar, filmar e usar as redes sociais. O que não é pouco.

Empresas e desenvolvedores interessados precisam, além de solicitar ao Google o acesso aos óculos, desembolsar algo em torno de US$ 2 mil (mas esse valor pode chegar até US$ 4 mil), quando o dispositivo estiver em sua plena operação, explica Micael. Será possível ditar palavras e compor uma mensagem de SMS para seus amigos, conversar, acessar as redes sociais e gravar 24h com as mãos livres.

Segundo o desenvolvedor da IVIA, os principais testes na empresa têm relação com os aplicativos de localização por GPS e a realidade aumentada. Ele não vê a hora de começar a elaborar aplicativos para o Google Glass. Por enquanto, ele e os demais colaboradores da IVIA, têm no Google Glass a principal fonte de diversão durante a hora do almoço. Todos querem experimentar as possibilidades desse novo ícone de inovação.

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